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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Eleições na UERN


Vivemos mais um processo eleitoral na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). De um lado, é preciso compreender que a eleição na Universidade não se trata de uma simples mudança de reitor. Trata-se de uma complexa rede de relações políticas e de poder, de decisões jurídicas e burocráticas que envolvem – direta ou indiretamente – a vida de milhares de pessoas que diariamente mantém algum tipo de relação acadêmica com a UERN. Do outro lado, a eleição é um ato muito importante dentro do processo democrático universitário. Obviamente que esse processo não termina com a eleição, mas passa obrigatoriamente por ela. Não participar do processo eleitoral universitário é, em grande medida, ficar alheio e até mesmo alienado de toda a rica dinâmica acadêmica e política existente dentro da UERN.
Na atual eleição há duas chapas, ou melhor, duas propostas que estão concorrendo.
A primeira proposta é representada pelo atual Reitor, o professor Milton Marques. Existe quase que um consenso dentro da UERN que o professor Milton Marques é um reitor que buscou o diálogo com todos os segmentos universitários. Entretanto, apesar dessa grande virtude – que não era apreciada por seu antecessor o ex-reitor Walter Fonseca – Milton Marques não avançou dentro do macro projeto de mudanças políticas e aperfeiçoamento acadêmico. É preciso deixar claro que este macro projeto é a grande reivindicação da comunidade universitária. Comunidade que atualmente é formada, na sua grande maioria, por professores jovens e funcionários técnico-administrativos recém contratados. De um lado, os professores reivindicam melhores condições estruturais para o exercício acadêmico, especialmente do exercício docente em sala de aula e da pesquisa. Do outro lado, os funcionários técnico-administrativos reivindicam melhores condições de trabalho.
A segunda proposta é representada pelo atual diretor do Campus de Pau dos Ferros, o professor Gilton Sampaio de Souza. O professor Gilton, como é mais conhecido o diretor do Campus de Pau dos Ferros, fez sua graduação na UERN, foi líder do movimento estudantil na UERN e um dos grandes nomes na luta em prol da implantação da democracia acadêmica dentro da instituição. Ele tem um ótimo currículo acadêmico, com vários artigos publicados em periódicos científicos, foi presidente da comissão que criou e implantou o mestrado em Letras da UERN.
Além disso, é grande incentivador da participação democrática dos segmentos que compõem a vida universitária (professores, funcionários técnicos e alunos), da pesquisa e da extensão. No Campus de Pau dos Ferros tem realizado uma grande administração, apontada como sendo uma das melhores administrações de toda a história de todos os Campus da UERN. Entre outras coisas implantou em Pau dos Ferros uma política de atração de professores com doutorado, incentivou a criação de grupos de pesquisa, contribuiu para a organização de projetos de extensão inovadores que ganharam prêmios a nível nacional como, por exemplo, o Projeto Bale, organizou vários eventos acadêmicos, inclusive o primeiro evento internacional da UERN (I FIPED), e conseguiu junto a órgãos de financiamento da pesquisa acadêmica (FAPERN, CAPES, CNPq, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, etc) uma significativa soma em dinheiro e convênios com outras universidades e outras organizações da sociedade civil.
A conseqüência desse amplo esforço acadêmico e administrativo é que o Campus de Pau dos Ferros ganhou destaque na pesquisa e produção acadêmica, sendo um das unidades acadêmicas em todo o Rio Grande do Norte, incluindo as universidades federais e as escolas técnicas, com maior índice de crescimento do coeficiente de pesquisa. Além disso, abriu espaço para uma maior participação e integração dos alunos dentro da academia. Essa participação e integração se deram tanto no nível dos grupos de pesquisa que foram criados, como no nível da pós-graduação (especialização e mestrado), como também dos círculos de debate da política e dos problemas acadêmicos na UERN e no sistema universitário brasileiro.
O professor Gilton Sampaio de Souza oferece a comunidade universitária da UERN as condições técnicas e acadêmicas necessárias para a implementação do macro projeto de mudanças políticas e aperfeiçoamento acadêmico tão almejado por essa instituição. Não se deve esperar de uma possível administração do professor Gilton que a UERN se transforme de uma hora para outra, como se tivesse ocorrido um milagre, numa grande universidade perpassada por elevada produção científica, qualificação profissional, satisfação dos alunos e do corpo técnico-administrativos e inserção social.
A comunidade universitária da UERN sabe das graves dificuldades enfrentadas pelos diversos segmentos que compões a instituição (ensino, pesquisa e extensão). Essa comunidade precisa aproveitar o momento privilegiado da eleição para Reitor e debater e tentar implantar o macro projeto de mudanças políticas e aperfeiçoamento acadêmico necessário para o crescimento da UERN. Entre os dois candidatos que estão disputando a atual eleição, pensa-se que o nome mais indicado para debater e tentar implantar um projeto mais acadêmico coerente com os desafios da sociedade contemporânea é o professor Gilton Sampaio de Souza.
FONTE: Grupo de Alunos Independentes